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A "Era Das Revoluções"


Durante a primeira metade do século XIX , grandes transformações tomaram curso no Ocidente . A indústria e as comunicações progrediram , a instrução primária pública se expandiu e a carreira militar  no novos exércitos passou a constituir uma forte atração para os jovens "plebeus", entre os quais se propagavam os ideais liberais. Diante da expansão da população urbana e do acesso crescente à cultura , as questões sociais e políticas , publicadas na imprensa, passaram a atingir a opinião pública na imprensa, passaram a atingir a opinião pública com maior intensidade. Assim , movimentos de inspiração liberal, favoráveis a governos constitucionais , começaram a contestar as ideias da Santa Aliança. Doutrinas liberais , inicialmente subversivas , aos poucos , tornaram-se justificativas morais, dando legitimidade à ideia de revolução . Sob essa óptica , para boa parte da população europeia , monarcas e autoridades que não se submetiam às leis passaram a ser rejeitados como tiranos.   O historiador Eric Hobsbawm considera a primeira metade do século XIX como a "Era das Revoluções". Nesse período , organizações liberais e revolucionárias, na Europa e na América, disseminaram ideias de liberdade , soberania popular , igualdade civil e direitos humanos inalienáveis. Ativistas liberais e nacionalistas , inspirados na Revolução Francesa, instigavam a revolução permanente . Guerras de independência nacional sacudiram a América Latina. Levantes democráticos e revolucionários , revoltas políticas e sociais, guerras civis e os primeiros movimentos de massa abalaram boa parte da Europa. Na Grã-Bretanha, nos países Baixos e na Escandinávia , em geral , as disputas políticas foram travadas por meio dos parlamentos, sendo menos comum o recurso à violência. No centro do continente , todavia, os conflitos tornaram-se mais agudos. De 1815 a 1848, três grandes ondas revolucionárias sacudiram o Ocidente. De 1820 a 1829 , os levantes liberais predominaram nos países mediterrâneos e na Rússia. Em 1829 , na esteira das independências latino-americanas, um grande levante liberal aconteceu na Espanha.
Na mesma época, eclodiram conspirações na Itália. Em 1825 , por sua vez, ocorreu a insurreição dos liberais russos conhecidos como "Dezembristas". Mais tarde , em 1829 , com o apoio de ingleses e russos , a independência da Grécia do Império Turco foi reconhecida.  De 1830 a 1834 , novos investimentos eclodiram na Europa e na América do Norte. Na França , em 1830 , perante a derrota nas eleições para os liberais , o monarca Carlos X, ultrarreacionário, decretou medidas arbitrárias por meio das Ordenações de Julho, dissolvendo a câmara liberal recém-eleita e estabelecendo a censura à imprensa e novas restrições ao sufrágio. Com isso, estourou uma revolução popular. Em paris , os rebeldes fizeram barricadas. Pressionado, Carlos X abdicou e a alta burguesia, favorável a uma monarquia constitucional , entregou o trono ao duque de Orleans, Luís Filipe. A Revolução de 1830 , iniciada na França , repercutiu em toda a Europa. A Bélgica separou-se da Holanda. Da Alemanha à Península Ibérica , agitações liberais foram reprimidas: os poloneses pelos russos , os italianos carbonários pelos austríacos e assim por diante . De qualquer forma , embora a maioria dos movimentos com participação popular tenha malogrado e sofrido fortíssima repressão , durante os anos 1820 e 1830 , as manifestações foram eficientes em garantir o estabelecimento de constituições liberais moderadas no ocidente europeu.

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