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A Subida Da Seiva Bruta



Já sabemos sobre os tecidos absorventes e os tecidos condutores da seiva nos vegetais desenvolvidos. Vamos tão-somente lembrar que as plantas absorvem água e sais do solo através das suas raízes, mais precisamente através dos seus pêlos absorventes e da sua epiderme , que não é cutinizada. A água passa do meio externo para as estruturas celulares por osmose. Mas a passagem dos sais, sabe hoje , é devida muito mais ao transporte ativo do que à simples difusão . Assim , a concentração de sais na estrutura da raiz é menor do que a existente na água misturada com a terra , ao redor . Isso só faz aumentar a diferença de pressão osmótica entre a raiz e a água do solo, incentivando mais ainda a passagem osmótica de água para o meio interno da planta. A solução de água e minerais já no interior da raiz é a seiva bruta. Ela é recolhida pelos vasos lenhosos , integrantes do xilema ou lenho. E , pelo interior desses vasos, ela deve subir até as folhas , onde será consumida na produção de matéria orgânica. Surge , então, a pergunta: o que justifica a ascensão da seiva bruta através do xilema , por toda a extensão do caule , até as folhas ? A explicação acima para justificar a entrada de água nas estruturas radiculares de certa forma revela que existe uma "pressão" de absorção" ou "pressão de raiz" que experimentalmente tem demonstrado a capacidade de impedir uma coluna líquida dentro de um tubo por muitos centímetros de altura. Mas isso não justificaria a subida da seiva a alturas de 40 metros ou mais , nas grandes árvores. Foram imaginadas, então, outras hipóteses. O fenômeno da capilaridade foi envolvido.  Sabemos que as moléculas superficiais dos líquidos "aderem" às moléculas das paredes de um tubo de diâmetro capilar, e , dessa maneira , tendem a subir até certa altura. Mas isso , também , não resolveria isoladamente e de uma forma completa o problema . Modernamente , tem tido muita aceitação a hipótese de Dixon (A. Dixon , botânico Irlandês) , que se baseia nos seguintes dados:  
1- Vegetal transpira , eliminando , pelas folhas , água no estado de vapor. 

2- A transpiração elava o valor da diferença de pressão osmótica nas células das folhas . As quais "sugam" a água do xilema. 

3- A seiva bruta é retirada dos vasos lenhosos. 

4- Como as moléculas de água se ligam umas às outras por meio de pontos de hidrogênio , aquelas que sofrem a "sucção das folhas" puxam as que estão mais para baixo , numa coluna contínua , em estado de tensão.

5- A não ocorrência de interrupção nessa coluna que sobe pelo caule é explicada pela coesão das moléculas de água entre si e pela adesão das mesmas às paredes dos elementos dos vasos (capilaridade). Isso impede que se formem bolhas de ar, as quais interromperiam a coluna líquida , que vai sendo "puxada" para cima , como se houvesse uma "sucção das folhas". Essa hipótese já foi testada e comprovada como sendo capaz de justificar a elevação de ma coluna de seiva bruta a mais de 200 m de altura. Hoje, ela constitui a teoria da coesão-tensão, sobre a qual tem recaído a preferência da maioria dos pesquisadores. A transpiração é o fator principal , ainda que não seja o único , na explicação da subida da seiva bruta desde as raízes até as folhas. A coluna de água que sobe em cada vaso lenhoso arrasta consigo os sais dissolvidos. O transporte dos sais ao longo dos vasos é, portanto, passivo. Os elementos dos vasos (traquéias) e traqueídes possuem depósitos de lignina anelados , espiralados ou com outros aspectos , que dão certa rigidez aos vasos lenhosos, impedindo deformações, dobras ou cotovelos (esmagamentos) dos mesmos que pudessem dificultar a subida da seiva bruta.


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