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O Calvinismo Inglês


A mineração de carvão e o comércio de lã prosperavam em mãos de homens apegados às atividades comerciais. Essa prosperidade econômica abriu espaço para um renascimento cultural do qual o dramaturgo William Shakespeare foi a figura central. Mas também provocava tensões sociais e políticas entre os comerciantes de lã, aliados à pequena nobreza aburguesada, a Corte, composta por grupos sociais mais conservadores- a nobreza tradicional, a hierarquia anglicana e os funcionários reais- vinculados ainda a um modelo econômico medieval. Comerciantes e empresários da próspera pequena nobreza rural não tinham uma participação política proporcional à sua riqueza . Qualquer rei que ignorasse seus interesses econômicos e seu desejo de poder político estaria alimentando uma oposição potencialmente perigosa. No século XVII, essas tensões econômicas e sociais contribuíram para estimular rebeliões e revoluções contra os monarcas Jaime I (1603-1625) e seu filho Carlos I (1625-1649), da dinastia Stuart. A pequena nobreza aburguesada encontrava no calvinismo  uma forma de culto religioso mais adequada ao seu espírito independente e empresario. Por se oporem ao fato de o anglicanismo manter muito do cerimonial católico e por reivindicarem a purificação da Igreja, seus membros foram chamados de puritanos , a versão inglesa das pregações de Calvino, dos "eleitos de Deus". A oposição à política centralizadora da monarquia Stuart, aliada à recusa em aceitar o anglicanismo do Estado, resultou numa visão-religiosa de combate ao absolutismo.

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