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Leitura Complementar - Thomas Hobbes Sobe Os Morros Cariocas


"Thomas Hobbes ficou célebre por defender , no Leviatã (1651), um Estado dotado de amplos poderes diante dos súditos . [...] Por isso mesmo, ainda hoje boa parte da imprensa usa a imagem do Leviatã quando quer acusar um governo de oprimir os cidadãos ou empresas. Que lição daria Hobbes , então, aos governantes que se defrontam com a criminalidade nos morros do Rio [...] ? Pois errará quem responder que o Leviatã deveria usar a força para reprimir , a qualquer custo, as legalidades paralelas , os Estados dentro do Estado. [...] Basta o soberanos deixar de garantir a ordem que resguarda essa pessoa da violência para que ela [essa pessoa] seja dispensada de lhe obedecer . [...] Não é essa situação [...] nos morros do Rio ? O crime organizado já não se limita a fazer o policiamento de fato , nem a controlar o lazer - carnaval , quadras de esporte . Vemos , agora , que até a economia tem sua rede paralela , a das poupanças abertas em bancos informais . Lazer , trabalho , capital dependem dele. Ele dita a ordem na favela . O pequeno crime , com isso, recua. Não são sinais de que um poder alternativo de Estado se constitui no morro ? Ninguém deve , claro , alegrar-se com isso. Se o crime organizado montou seus pequenos Estados , é porque faz guerra a boa parte da sociedade , fora e dentro de sua base territorial. Fora , assalta e sequestra ; dentro , reprime dissidentes. Não tendo prisões, aplica com frequência a pena de morte ; não tendo tribunais , aplica-a arbitrariamente. O Estado brasileiro não pode tolerar essa situação , que é a de um poder paralelo criminoso [...]. Mas, por isso mesmo, será um erro propor que o Estado elimine tais quadrilhas por uma ação apenas física. Faz tempo que o grande crime deixou , no Rio como em Nova York ou na Colômbia , de ser problema de força e tornou-se questão de poder. Questões de força bruta são fáceis de se resolver. Basta chamar uma força superior - a polícia ou, na sua falência , as Forças Armadas - e se domina o criminoso. [...] Devemos ter cuidado com a fantasia de que uma intervenção militar resolveria o problema dos poderes paralelos ou da guerra civil em curso. A alto preço , o de massacres , por um tempo se conteria a criminalidade mais visível. Mas , nos territórios nada ocupará, tão cedo , o seu lugar. O uso da força bruta pode ser necessário , mas insuficiente ; tem de ser apenas o complemento de uma política difícil , cara, complicada , de introdução de novas redes de poder no interior das favelas : redes que tenham por traço essencial pertencerem ao poder público , civil , democrático.

-Ribeiro , Renato Janine. O Estado de S. Paulo. 2 out. 1993. Caderno Cultura.


O Acidente Do Césio 137



Em 13 de setembro de 1987. Um aparelho de radioterapia contendo césio 137 encontrava-se abandonado no prédio do Instituto Goiano de Radioterapia , desativado havia cerca de 2 anos. Dois homens, à procura de sucata, invadiram o local e encontraram o aparelho, que foi levado e vendido ao dono de um ferro velho. Durante a desmontagem do aparelho, foram expostos ao ambiente 19,26 g de cloreto de césio-137. Pó branco semelhante ao sal de cozinha, que , no entanto, brilha no escuro com uma coloração azulada. Encantado com o brilho do pó , o dono do ferro velho passou a mostrá-lo e até distribuí-lo a amigos e parentes. Os primeiros sintomas da contaminação (tonturas, náuseas , vômitos e diarreia) apareceram algumas horas depois do contato com o pó, levando as pessoas a procurar farmácias e hospitais , sendo medicadas como portadoras de alguma doença contagiosa. Os sintomas só foram caracterizados como contaminação radioativa em 29 de setembro , depois que a esposa do dono do ferro-velho levou parte do aparelho desmontado até a sede da Vigilância Sanitária. Na época, quatro pessoas morreram. Segundo a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) , além delas , de 112.800 pessoas que foram monitoradas, 129 apresentaram contaminação corporal interna e externa . Destas , 49 foram internadas e 21 exigiram tratamento médico intensivo. A propagação do Césio 137 para as vizinhanças da casa onde o aparelho foi desmontado se deu por diversas formas. Merece destaque o fato de o CsCI ser higroscópico , isto é , absorver água da atmosfera. Isso faz com que ele fique úmido e, assim, passe a aderir com facilidade na pele , nas roupas e nos calçados. Levar mãos ou alimentos contaminados à boca resulta em contaminação interna do organismo. Os trabalhos de descontaminação dos locais afetados produziram 13,4 t de lixo contaminado com césio 137: roupas , utensílios, plantas , restos de solo e materiais de construção. O lixo do maior acidente radiológico do mundo está armazenado em cerca de 1.200 caixas , 2.900 tambores e catorze contêineres em um depósito construído na cidade de Abadia de Goiás, vizinha de Goiânia , onde deverá ficar, pelo menos , 180 anos. A tragédia de Goiânia deu origem a um processo judicial de 14 volumes , envolvendo os donos do Instituto Goiano de Radioterapia, que chegou ao final em março de 1996 . Considerados culpados por homicídio culposo , três médicos e um físico hospitalar foram condenados a 3 anos e 2 meses de pena em regime aberto (isto é , trabalhando normalmente de dia e pernoitando em albergue). Outro médico, antigo proprietário do instituto , foi condenado a 1 anos e 2 meses em liberdade condicional.


Subdesenvolvimento e Dependência



Após fazer uma análise crítica das teorias da modernização, vários autores , na década de 1960, procuraram explicar a questão da diferença entre os países por um outro ângulo , focalizando a história diferencial de cada sociedade e as relações econômicas e políticas entre os países. A pergunta que se fazia era a mesma proposta pelas teorias anteriores: por que os países da América Latina eram subdesenvolvidos e os da Europa e os Estados Unidos eram desenvolvidos? As respostas , porém, mudaram. Esses autores partiram de uma visão que foi desenvolvida pela Comissão Econômica para a América Latina (Cepal), da Organização das Nação Unidas (ONU). De acordo com os estudos da Cepal , do ponto de vista econômico , mas relações entre países desenvolvidos havia uma troca desigual e uma deterioração dos termos de intercâmbio. Historicamente , isso se explicava por uma divisão internacional do trabalho, em que cabia aos países periféricos (dominados) vender aos países centrais (dominantes) produtos primários (agrícolas , basicamente) e matérias-primas (sobretudo minérios) e comprar produtos industrializados. Ao longo dos anos , foi necessário que os países periféricos vendessem mais matérias-primas e agrícolas para pagar a mesma quantidade de produtos industrializados , ou seja , trabalhavam mais e vendiam mais para receber o mesmo e assim enriquecer aqueles que já eram ricos. Os países centrais e os periféricos tinham passado diferente. Os países europeus foram as metrópoles no período colonial, ao passo que os da América Latina foram as colônias e, depois da independência, passaram a ser dominados economicamente pela Europa e pelos Estados Unidos. Isso prejudicou a emergência pela Europa e pelos Estados Unidos. Isso prejudicou a emergência de forças livres para o desenvolvimento autônomo os países periféricos. Andrew Gunder Frank , sociólogo alemão, afirmava que na América Latina havia apenas o desenvolvimento do subdesenvolvimento , pois os países centrais , além de explorar economicamente os periféricos, dominavam-nos politicamente , impedindo qualquer possibilidade de desenvolvimento autônomo. E essa relação desde o período colonial por que alguns tinham se desenvolvido e outros não. Um segundo grupo de sociólogos , do qual participaram o brasileiro Fernando Henrique Cardoso e o chileno Enzo Falletto, propôs uma explicação um pouco mais detalhada dessa relação. De acordo com sua análise , após a primeira fase de exploração, que durou até  fim da Segunda Guerra Mundial , iniciou-se um novo movimento que aprofundou os mesmos bens primários para exportação, mas a partir da década de 1960 houve uma mudança, principalmente no Brasil, na Argentina , no Chile e no México : A internacionalização da produção industrial dos países periféricos. Como isso ocorreu?  A industrialização dependente configurou-se mediante a aliança entre os empresários estrangeiros e nacionais e o Estado nacional. Os produtos industriais que antes eram que antes eram fabricados nos países desenvolvidos começaram a ser produzidos nos países subdesenvolvidos , porque era mais barato. Além disso, com a produção local, evitava-se o gasto com o transporte. Mas o fundamental era que as matérias-primas estavam próximas , a força de trabalho era mais barata e o Estado dava incentivos fiscais (deixava de cobrar impostos) e construía toda a infra-estrutura necessária para que essas indústrias se instalassem e funcionassem. Em alguns países onde havia essas condições , as grandes indústrias estrangeiras se instalaram e geraram um processo de industrialização dependente , principalmente , da tecnologia que traziam. Com isso, além de manter a exploração anterior. Os países centrais exploravam diretamente a força de trabalho das nações subdesenvolvidas. Essas teorias procuravam explicar a existência das diferenças entre os países , as possibilidades de mudança de uma situação a outra e as condições possíveis para que isso acontecesse no sistema capitalista , sem necessariamente questioná-lo.


Os Movimentos Sociais Contemporâneos


 Os movimentos sociais surgem nos mais diversos lugares do planeta sempre que um grupo de indivíduos considera seus direitos desrespeitados ou se dispõe a lutar pela aquisição de novos direitos. Vamos analisar dois movimentos com características de nossa época. O Movimento Ambiental - Esse movimento é típico da sociedade industrial, porque a industrialização predatória afeta o meio ambiente , contaminando a água , o ar e o solo, e colocando em risco os seres vivos. Isso sem falar no desmatamento desenfreado nas áreas ainda recobertas por florestas. O movimento ambiental surgiu no século XIX, quando foram percebidos os primeiros sinais de distúrbios ambientais, mas desenvolveu-se lentamente até a década de 1970; desde então, vem crescendo rapidamente. Esse tipo de pequenos grupo para salvar uma árvore em área urbana até a ação e instituições internacionais pela preservação de uma mata inteira. Ou seja, ele vai do local ao global , evidenciando a existência de uma consciência ecológica difusa no mundo todo. Não é um movimento organizado mundialmente , mas um conjunto de movimentos que desenvolveu uma cultura ambientalista e criou um novo direito : o de viver em um ambiente saudável. Organizações locais , regionais ou internacionais lutam para limitar , por meio da legislação, a ação predatória e poluente , principalmente das indústrias. Em várias partes do mundo, movimentos ambientais pressionam os Estados a agir para que o direito a um ambiente sadio seja garantido por meio de leis e de fiscalização. As ações desenvolvidas por movimentos e organizações no mundo todo contribuíram para que a ONU passasse a orientar seus membros a respeito das questões ambientais , tomando medidas urgentes para resolver muitos desses problemas. Vários são os questionamentos e motivações que animam os movimentos ambientais. Vamos resumir os mais importantes:

-A proteção da diversidade da vida na Terra contra a crescente eliminação de muitas formas de vida animal e vegetal , o que provoca problemas ambientais significativos , gerando a superpopulação de espécies animais e vegetais e alterando o equilíbrio da natureza (o desmatamento desenfreado das florestas, onde estas  ainda existem , é o principal foco dessa ação);

-A Preservação da qualidade de vida dos habitantes do planeta , que são atingidos por agentes poluidores na água , no ar ou no solo;

-O controle da aplicação industrial de resultados do progresso científico e técnico que possam trazer problemas à humanidade , como os resíduos tóxicos e as consequências do uso de energia nuclear , agrotóxicos e , mais recentemente , produtos transgênicos;

-o controle do uso dos recursos naturais , principalmente da água doce e daqueles oriundos da atividade extrativa de produtos não renováveis , como o petróleo e vários minérios (ferro, cobre e bauxita). Existem problemas ambientais que só podem ser tratados globalmente , como a emissão de gases que provocam o efeito estufa , o aquecimento do planeta e as alterações na camada de ozônio que protege a Terra. As práticas poluidoras têm causado mudanças climáticas sérias no planeta. Outras questões tratadas globalmente são a poluição dos mares pelos navios tanques de petróleo , a matança de baleias e o despejo de resíduos tóxicos nos milhares de rios do mundo, o que também compromete os oceanos. Há também problemas regionais e nacionais, que devem ser resolvidos no local em que surgem. Se uma indústria polui um rio, por exemplo, e este passa por vários países , é necessários que os países discutam as providências a tomar para evitar que todos sofram prejuízos. Existem ainda questões ambientais locais , como o lixo nas cidades, que exigem soluções na coleta , no depósito e na reciclagem. O mais significativo é que a cultura ambiental , que começou a se formar na década de 1970, está disseminada e tem no cotidiano das pessoas seu ponto fundamental , expressando-se em ações de pessoas que questionam e buscam soluções para problemas que podem prejudicar o modo de vida de cada comunidade. A consciência ambiental tem estimulado pessoas , grupos , escolas e organizações a traduzir as grandes preocupações em práticas e atividades concretas no local em que vivem. Além disso , as ações ambientalistas , em todos os níveis , conquistaram gradativamente um espaço importante nos meios de comunicação de massa , gerando uma pressão social que forçou a apresentação de projetos de lei visando à conservação da natureza em várias partes do mundo. O Estado não pôde ficar em silêncio e, assim, foi obrigado a controlar e a fiscalizar os processos industriais poluidores, o desmatamento e a proteção ambiental. As empregas antigas fizeram muitas mudanças em seu processo produtivo , tornando-o menos poluidor , e as novas empresas foram obrigadas a apresentar projetos de impacto ambiental.


Embriogênese Humana


A gastrulação nos mamíferos segue outros caminhos diferentes daquele que observamos na gastrulação do anfioxo. A blástula ou blastocisto apresenta uma camada envoltora de células , aqui chamada de trofoblasto , sustentando dos pólos um amontoado de blastômeros , que é o embrioblasto , o qual faz proeminência para a cavidade central ou blastocele. O trofoblasto deverá originar a placenta . O embrião e demais anexos embrionários surgirão a partir do embrioblasto. Na espécie humana , a mórula desce pela trompa de Falópio e vai absorvendo líquidos. Dessa maneira , transforma-se progressivamente em blastocisto, Esta chega à cavidade uterina e encontra o endométrio aumentado de espessura por ação estradiol e da progesterona produzidos pelos ovários . O trofoblasto , então, segrega e elimina enzimas proteolíticas que digerem uma pequena porção do endométrio , originando uma minúscula cavidade, onde penetra todo o blastocisto. Esse fenômeno é conhecido como nidação do ovo (do espanhol "nido", 'ninho'). Esse fato ocorre entre quatro e cinco dias após a fecundação . Em seguida , o endométrio se cicatriza por cima do blastocisto , deixando-o "incrustado" ou "embutido" na sua estrutura . Por proliferação , as células do trofoblasto vão formando cordões celulares que se infiltram pelo endométrio. Surgem , assim , as vilosidades criais, que posteriormente , definirão a placenta. Nas vilosidades coriais se distinguem duas camadas : o sinciciotrofoblasto , uma massa de citoplasma contínuo dotadas de membrana envoltora e de contornos visíveis. Enquanto isso, no embrioblasto as células se organizam em duas camadas - o ectoderma , mais para fora , e o endoderma , mais internamente. Estas duas camadas justapostas têm um contorno têm um contorno discoidal e constituem o disco embrionário , primeira etapa da formação do embrião. Esse disco fica separando duas cavidades, a vesícula amniótica e a vesícula vitelina. vamos dar o devido destaque ao seguinte: a gástrula, nos mamíferos , não se forma por embolia , isto é , invaginação de um pólo de blástula, como acontece com o anfioxo e grande número de animais, Ela se forma por epibolia , ou seja, proliferação mais rápida das células do ectoderma em relação ás células do endoderma , obrigando o disco embrionário a se recurvar e tomar a forma de um balão. Além disso, ela se forma dentro do blastocisto e não a partir dele. Vimos como se forma o mesoderma em animais inferiores. Mas esse processo é diferente nos vertebrados. Considere a gástrula como um balão- charuto . Naturalmente , a boca desse balão - o blastóporo - se localiza , mais ou menos , na região mediana da face inferior dessa figura. Agora , imagine que, no dorso desse balão que é constituído ainda de duas camadas : ectoderma e endoderma ), a camada mais externa faça um sulco longitudinal próximo à região posterior. Esse sulco - sulco embrionário primitivo -, que surge no dorso da gástrula didérmica, aprofunda-se numa fenda cujos bordos mergulham e se insinuam entre o ectoderma e o endoderma. As células ectodérmicas formam, então, bolsas laterais, que proliferam entre dois folhetos iniciais e vão formando progressivamente o mesoderma. Logo, o mesoderma , nos mamíferos , tem origem ectodérmica e não endodérmica , como vimos antes, na embriogênese do anfioxo .Embora os processos de formação da gástrula tridérmica sejam diferentes entre animais inferiores e animais superiores , depois e formada ela tem uma aparência inicial comum para ambos os tipos de organismos. 


As Bases da Hereditariedade


O termo genética foi aplicado pela primeira vez pelo biologista inglês William Bateson (1861-1926) para definir oramo das ciências biológicas que estuda e procura explicar os fenômenos relacionados com a hereditariedade. A hereditariedade, por sua vez, pode ser conceituada como o fenômeno que justifica as sensíveis semelhanças entre ascendentes e descendentes. Nos séculos passados, foram numerosas as tentativas dos filósofos e cientistas de encontrar uma interpretação satisfatória dos mecanismos de herança pelos quais os caracteres físicos e funcionais se transmitem de pais a filhos. Uma das hipóteses mais antigas registradas na história da Biologia foi a da pré-formação ou progênese . Ele admitia que , no interior dos gametas , já existisse uma microscópica miniatura de um novo indivíduo . Essa minúscula criatura de um novo indivíduo. Essa minúscula criatura, que recebeu o nome e homúnculo , deveria crescer , após a fecundação , até originar um organismo com as dimensões próprias da espécie . No século XVIII, os adeptos dessa hipótese dividiam-se em espermistas e ovistas , conforme acreditassem na presença do homúnculo nos espermatozoides ou nos óvulos , respectivamente . Houve até quem postulasse a existência dentro do homúnculo de outros homúnculos menores , que comportariam , por sua vez , outros menores ainda , justificando , assim ,a perpetuação da espécie . Só com o aperfeiçoamento do microscópio é que essa hipótese foi definitivamente afastada. No século passado, Charles Darwin (2809-1882) propunha , na Inglaterra , a ocorrência da produção em todos os órgãos do corpo de diminutas cópias dos mesmos - as gêmulas ou pangenes -, as quais seriam levadas pelo sangue até as gônadas , onde se reuniriam para a formação dos gametas . Durante a fecundação , essas gêmulas se organizariam como num jogo de encaixe) e estruturariam um novo organismo. Essa foi a hipótese da pangênese (do grego pan, 'todos' e gênesis , 'origem' ), que explicaria a origem de todos os órgãos , suas formas e funções , de acordo com as semelhanças observadas entre país e filhos. No fim do século passado , Francis Galton (Inglaterra, 1822-1911) sugeria que a herança de desse através do sangue . Criou a !lei de herança ancestral", onde dizia que que o sangue de cada indivíduo seria uma mistura do sangue de seu pai com o sangue de sua mãe numa proporção de meio a meio. Como cada progenitor também traria metade dos caracteres de cada um de seus pais , então o indivíduo tomado como exemplo teria herdado 1/4 dos seus caracteres do sangue de cada um de seus avós, 1/8 de cada bisavô , e assim por diante. Posteriormente , August Weismann (Alemanha , 1834-1914) propôs uma nova hipótese pela qual , durante o desenvolvimento embrionário , as células dividir-se-iam em duas linhagens ou grupos : uma contendo o plasma germinativo e a outra, não. Somente a primeira delas promoveria a expressão dos caracteres hereditários. A hipótese de epigênese , lançada por Karl Ernst  Von Baer (Alemanha , 1792-1876) , foi a que mais se aproximou da realidade , servindo, inclusive , como base para os conhecimentos atuais sobre hereditariedade. Para von Baer, os gametas não traziam nenhuma estrutura do novo ser . Traziam , sim , a potencialidade para fazer com que uma intensa reprodução celular levasse a termo a formação do embrião, com tal distribuição e funcionamento das células que fosse permitido ao novo organismo reproduzir as características dos seus ancestrais. Logo , as características do futuro indivíduo só se determinariam no momento da fecundação , pela combinação" das potencialidade trazidas pelos gametas. Mas essas "potencialidades" não ficariam bem definias nas explicações de von Baer. As conclusões definitivas para explicar satisfatoriamente os mecanismo da herança dos caracteres só vieram á luz com os trabalhos de Johann Mendel , austríaco (1822-1884), que , ao ingressar na Ordem dos Monges Agostinianos, em Altbürnn (atual Brno) , na Tchecoslováquia , adotou o nome de Gregor Mendel. No mosteiro de santo Tomás , de onde foi abade , Mendel fez, durante muitos anos , cruzamentos entre plantas de ervilha (pisum Sativum) e depois realizou criterioso estudo estático das manifestações de alguns caracteres nas numerosas gerações . Devido aos seus notáveis conhecimentos de matemática e à sua engenhosa capacidade de realizar experimentalmente , de forma orientada , os cruzamentos entre ervilhas, Mendel pôde chegar a conclusões corretíssimas que, ainda hoje , mais de um século depois , continuam sendo a base fundamental da genética Moderna. Ainda que seus trabalhos não tenham sido compreendidos e valorizados pelos seus contemporâneos , o tempo levou o mundo científico a reconhecê-lo , 16 anos após a sua morte , como fundador da genética . A habilidade de Mendel confirm-se por dois aspectos fundamentais do seu trabalho : o tipo de material usado e a forma de conduzir a interpretar as suas experiências. Realmente, as ervilhas constituíram um material exemplar , ideal , para a investigação da hereditariedade. Por quê? Porque elas apresentam:

1ª- Cultivo fácil , até em jardim.

2ª-Ciclo reprodutivo curto , dando muitas gerações em pouco tempo.

3ª-Grande número de descendentes em cada reprodução.

4ª-Flores com órgãos reprodutores fechados dentro das pétalas , o que permite a autofecundação , gerando linhagens puras (a fecundação cruzada só ocorre quando é provocada , isto é, quando se deseja).

5ª-  Caracteres bem visíveis e transmitidos por mecanismos simples. 

Na verdade , existem caracteres herdáveis , mesmo em ervilhas , que são transmitidos por mecanismos bem complexos. Se , no seu material de pesquisa , Mendel tivesse deparado com um desses casos, talvez não tivesse chegado a conclusão alguma. Também, se Mendel procurasse desvendar a hereditariedade em organismos de ciclo reprodutor longo (como a espécie humana , por exemplo) , que levam muito tempo para se reproduzir e, além disso, têm proles pequenas , fatalmente não teria condição de avaliar estatisticamente os dados com grande margem de acerto. Por fim , Mendel pesquisou a transmissão de um caráter hereditário de cada vez. Depois que estabeleceu sua 1ª. lei , que rege o monoibridismo simples,ele passou a interpretar a transmissibilidade de dois ou mais caracteres a um só tempo , determinando a sua 2ª lei , que se aplica aos casos de diibridismo , triibridismo e poliibridismo simples.


Pirâmide de Biomassa


A biomassa ou massa orgânica representa a quantidade de matéria orgânica nos ecossistemas ou em cada nível trófico . é importante conhecer a biomassa e cada nível trófico , a fim de saber a quantidade de matéria e de energia disponível em cada nível e avaliar a eficiência nas transferências de um nível para outro. A biomassa é expressa em termos de quantidade de matéria orgânica por unidade de área ou volume em um dado momento. Essa quantidade de matéria orgânica pode ser obtida a partir  do peso úmido , do peso seco ( a matéria orgânica é colocada em estufa para secar , até atingir peso constante ), do peso em carbono ( a matéria orgânica é colocada em mufla - uma estufa com revestimento refratário -, restando apenas as cinzas que correspondem aos minerais não -orgânicos), ou , ainda , de calorias. Supondo um campo rico em gramíneas ,pode-se determinar  a biomassa desses produtores do seguinte modo: colhe-se toda a vegetação em uma área conhecida e coloca-se a vegetação em estufa, para obter o peso seco. O peso seco por unidade de área representa a biomassa do campo , que pode ser expressa em gramas mg2 ou em kg/m2. A forma da pirâmide de biomassa também pode variar , dependendo do ecossistema. De modo geral , a biomassa dos produtores é maior que a de herbívoros , que é maior que a dos carnívoros. Nesses casos, a pirâmide apresenta o ápice voltado para cima. Isso ocorre nos ecossistemas terrestres , onde , em geral , os produtores tem grande e ciclos de vida longos. A pirâmide de biomassa pode apresentar-se invertida, como ocorre nos oceanos e nos lagos. Nesses casos, a pirâmide apresenta o ápice voltado para cima. Isso ocorre nos ecossistemas terrestres, onde , em geral , os produtores têm grande porte e ciclos de vida longos. A pirâmide de biomassa pode apresentar-se invertida , como ocorre nos oceanos e nos lagos . Nesses casos, os produtores são representados por algas microscópicos com ciclo de vida curto, e de aproveitamento rápido pelo zooplâncton. A pirâmide é então , invertida entre esses níveis tróficos. Uma pirâmide com essa forma pode dar a fala impressão de que uma biomassa pequena suporta uma biomassa grande de consumidores primários. Deve-se lembrar , entretanto , que a medida de biomassa é feita para um determinado instante e que devido à alta taxa de reprodução do fitoplâncton em relação á do zooplâncton, e devido ao rápido aproveitamento do fitoplâncton pelo zooplâncton , obtém-se uma biomassa de produtores aparentemente menor que a de consumidores de primeira ordem. Apesar e a pirâmide de biomassa expressar melhor que a pirâmide de números a transferência de matéria em um ecossistema , ela apresenta dois inconvenientes básicos:

1ª- atribui a mesma importância a diferentes tipos de tecidos dos vegetais e dos animais. Como há tecidos com composição química diferente, cada um deles tem diferentes valores energéticos. Por exemplo: tecido rios em carboidratos têm maior conteúdo energético  que tecidos ricos em proteínas. 

2ª- não leva em consideração o fator tempo. A biomassa é uma medida obtida para um dado instante , não levando em consideração o tempo que um organismo leva para acumular aquela matéria orgânica. O fitoplâncton , por exemplo , acumula em alguns dias e uma árvore demora vários anos.

Assim, se as pirâmides de biomassa invertidas fossem construídas levando-se em consideração esses fatores , elas apresentariam o ápice voltado para cima. Por isso, uma das melhores maneiras de expressar graficamente a transferência de matéria e de energia é a pirâmide de energia.


Os Níveis Tróficos


De maneira geral, em cada ecossistema existem várias espécies de organismos produtores , várias de consumidores e várias de decompositores . O conjunto de todos os organismos de um ecossistema com o mesmo tipo de nutrição constitui um nível trófico ou alimentar. Os organismos autótrofos de um ecossistema formam , por definição, o primeiro nível trófico , que é o produtor. Os animais herbívoros , que são consumidores primários formam o segundo nível trófico ; os animais carnívoros que se alimentam de herbívoros (consumidores secundários ) formam o terceiro nível trófico; os animais carnívoros que se alimentam de consumidores terciários formam o quarto nível trófico e assim por diante. Além dos organismos que fazem parte de um determinado nível trófico , existem outros com hábitos alimentares menos especializados , que podem ocupar mais de um nível trófico. É o caso dos animais onívoros (omnis=tudo), que se alimentam tanto de plantas como de herbívoros e carnívoros . O ser humano , por exemplo, é onívoro. Os decompositores ocupam o último nível de transferência de energia entre os organismos de uma ecossistema . Formam um grupo especial, nutrindo-se de elementos mortos provenientes de diferentes níveis tróficos , degradando tantos produtores como consumidores. Nos ecossistemas , o número de níveis tróficos é limitado em função da disponibilidade de energia para o nível seguinte. Isto porque , ao ocorrer a a passagem de um nível trófico para outro, há perda de energia. Dessa maneira, quanto mais distante estiver um nível trófico do nível do produtor , menor será a energia disponível. Nos ecossistemas mais complexos , o número de níveis tróficos é maior que em ecossistemas mais simples. Apesar de o número de níveis tróficos variar de ecossistema para o ecossistema dependendo de sua complexidade, os tipos de níveis tróficos são sempre os mesmos. Assim, ao se comparar dois ecossistemas diferentes , como um campo e os oceanos, verifica-se que, apesar de serem habitados por tipos diferentes de organismos , é possível identificar em cada um deles níveis tróficos equivalentes .


Alfabeto



"Em 1500 a.C., a escrita hieroglífica egípcia e a escrita cuneiforme babilônia (herdada dos sumérios), justamente com a escrita chinesa do leste, eram as linguagens escritas mais importantes do mundo. Todos eram tremendamente complicadas e não havia motivo para que não permanecessem complicadas até hoje , como a chinesa. Entre egípcios e babilônios existiam os cananeus , que habitavam a costa oriental do mar Mediterrâneo . (Foram chamados fenícios pelos gregos.) Eram negociantes que, entre outras coisas , agiam como intermediários entre egípcios e babilônios. Era necessário que esses negociantes conhecessem tanto a linguagem egípcia como a babilônica e esta era uma tarefa realmente difícil. Um cananeu desconhecido resolveu simplificar a escrita inventando uma espécie de taquigrafia. Pensou que poderia dar um símbolo separado para cada um dos sons emitidos pelos seres humanos na linguagem falado. Assim, seria possível construir palavras de qualquer língua , usando esses símbolos sonoros, que já tinham sido usados pelos egípcios , que preservavam tal esquema para as sílabas ou para palavras completas. O  inventor cananeu tinha a ideia de que os sons-símbolos deveriam ser usados exclusivamente e que as palavras seriam construídas com eles combinados. Os dois primeiros símbolos dessa coleção foram o aleph (que era o símbolo usado para designar o boi) e o beth (símbolo que significava casa). Para os gregos , que passaram a adotar esse sistema , tornaram-se alpha e beta , e nós ainda conhecemos o sistema de símbolos como alfabeto. O alfabeto fenício , que foi o primeiro a ser usado, em 1500 a.C., revolucionou a escrita, tornando muito mais fácil ler e escrever ampliando portanto as oportunidades literárias. Essa é uma invenção que parece ter ocorrido somente uma vez na história humana. O alfabeto não foi inventado independentemente por qualquer outra sociedade. Todos os alfabetos em uso nos dias atuais (inclusive este em que está escrito e impresso este livro) descendem daquele primeiro alfabeto fenício."

ASIMOV , Isaaac. Cronologia das ciências e das descobertas . Rio de Janeiro : Civilização Brasileira , 1993. P.86.



Hierarquia e Influência Dos Centros Urbanos no Brasil



Dentro da rede urbana , as cidades são os nós de sistemas de produção e distribuição de mercadorias e prestação de serviços diversos , que se organizam segundo níveis hierárquicos distribuídos de forma desigual pelo território. Por exemplo, o Centro-Sul do país  possui uma rede urbana estruturada com grande número de metrópoles , capitais regionais e centros sub-regionais bastante articulados entre si   ". Já na Amazônia , as cidades são esparsas e bem menos articuladas , o que leva centros menores a exercerem o nível de importância da hierarquia urbana regional que outros maiores localizados no Centro-Sul. Como já vimos , outro fator importante que devemos considerar ao analisar os fluxos no interior de uma rede urbana é a condição de acesso proporcionada pelos diferentes níveis de renda da população.  Um morador rico de uma cidade pequena consegue estabelecer muito mais conexões econômicas e socioculturais que um morador pobre de uma grande metrópole. Como a mobilidade das pessoas entre as cidades da rede urbana depende de seu nível de renda , os pobres que procuram e não encontram o bem ou o serviço de que necessitam no município onde moram acabam ficando sem ele.  Segundo o IBGE , as regiões de influência das cidades brasileiras são delimitadas principalmente pelo fluxo de consumidores que utilizam o comércio e os serviços públicos e privados no interior da rede urbana. Para realizar o levantamento para a elaboração do mapa que foi investigada a organização dos meios de transporte entre os municípios e os principais destinos das pessoas que buscam produtos e serviços (mercadorias diversas , serviços de saúde e educação , aeroportos , compra e venda de insumos e produtos agropecuários e outros). A disseminação do acesso ao sistema de telefonia , o aumento no número de pessoas conectadas à internet , a modernização do sistema de transportes e a ocupação de novas fronteiras econômicas vêm modificando sustancialmente a dinâmica dos fluxos de pessoas , mercadorias , serviços e informações pelo território nacional.

1¤Metrópoles - São os 12 principais centros urbanos do País e foram divididas em três subníveis , segundo o tamanho e a capacidade de polarização:

a-Grande metrópole nacional - São Paulo, a maior metrópole do País (195 milhões de habitantes , em 2007) , com poder de polarização em escala nacional; b- Metrópole Nacional - Rio de Janeiro e Brasília (11,8 milhões de habitantes, respectivamente , em 2007), que também estendem seu poder de polarização em escala nacional , mas num nível de influência menor que São Paulo;

c- Metrópole - Manaus , Belém , Fortaleza , Recife , Salvador , Belo Horizonte , Curitiba , Goiânia e Porto Alegre , com população variando de 1,6 (Manaus) a 5,1 milhões (Belo Horizonte) , são regiões metropolitanas que têm poder de polarização em escala regional. 

2. Capital Regional - Neste nível de polarização encontramos 70 municípios com influência regional. 

É subdividido em três níveis:

a. Capital Regional A - Engloba 11 cidades , com média de 955 mil habitantes. 

b. Capital regional B - 20 cidades , com média de 435 mil habitantes;

c. Capital Regional C- 39 cidades , com média de 250 mil habitantes. 

3. Centro sub-regional - 169 municípios com serviços menos complexos e área de polarização mais reduzida , são subdivididos em :

a. Centro sub-regional A - 85 cidades , com média de 95 mil habitantes;

b. Centro sub-regional B - 79 cidades, com média de 72 mil habitantes. 

4. Centro de zona - 556 cidades de menor porte que dispõem apenas de serviços elementares e estendem seu poder de polarização somente nas cidades vizinhas. Subdivide-se em:

a. Centros de Zona A- 192 cidades , com média de 45 mil habitantes;

b. Centros de zonas B- 364 cidades, com média de 23 mil habitantes. 

5. Centro local - as demais  4 473 cidades brasileiras, com média de 8 133 habitantes e cujos serviços atendem somente  a população local, não polarizam nenhum outro município , só são polarizados. É importante destacar que o mapa mostra as regiões de influência econômica das cidades sem se preocupar com a classificação das regiões metropolitanas legalmente reconhecidas. Ele é importante para os governos (federal, estaduais e municipais) e a iniciativa privada planejarem a distribuição espacial dos serviços oferecidos à população.




Direitos e Cidadania



Direitos de todos , das mulheres , dos negros , das crianças , dos adolescentes, do consumidor , dos idosos... Há várias leis e decretos que os traduzem. Mas de que adianta haver tantas leis e decretos que não são respeitados? Os direitos básicos dos cidadãos devem ser garantidos pelo Estado. Vamos ver como a relação entre direitos e cidadania foi tratada na história das sociedades. Alguns povos da Antiguidade - como os babilônios , com o Código de Hamurabi , no século XVIII a.C , e os gregos de Atenas  com as leis de Clístenes , do século VI a.C- tiveram suas normas e leis registradas por escrito. As leis babilônicas reforçavam o poder do Estado e as atenienses definiam as instituições da democracia. Nenhuma delas tratava dos direitos humanos, cuja história é bem mais recente. Foi somente a partir do século XIII, na Inglaterra , que se criaram as primeiras cartas e estatutos que asseguravam alguns desses direitos : a Magna Carta (1215-1225) , por exemplo, que protegia apenas os homens livres, e a "Petition of Rights" (1628) , que requeria o reconhecimento de direitos e liberdades para os súditos do rei. A mais importante das "cartas de direitos" , porém, foi a "Bill of Rights" (1689) . Que submetia a monarquia à soberania popular , transformando-a numa monarquia constitucional. Cabe destacar ainda o ACT os Settlement (1707) , que completava o conjunto de limitações ao poder monárquico , e o Habeas Corpus Amendment Act (1769) , que anulava as prisões arbitrárias . Todos esses atos eram dirigidos apenas às pessoas nascidas na Inglaterra. Eram leis para um só país. No século XVIII, quando as colônias inglesas da América do Norte se tornaram independentes , foram criados alguns documentos importantes , como a Declaração de Direitos da Virgínia (1776) e  a Constituição de 1787. Nesse mesmo ano, foram ratificadas as dez primeiras emendas à Constituição estadunidense , que determinavam com clareza os limites do Estado e definiam os campos em que a liberdade devia ser entendida aos cidadãos. Embora as emendas garantissem liberdade de culto, de palavra , de imprensa e de reuniões pacíficas , ainda promoviam a distinção entre os seres humanos , já que não aboliram a escravidão.



A PEA E A Distribuição de Renda no Brasil [Contexto 2008-2010]



A PEA no Brasil distribui-se de maneira bastante irregular. Os gráficos demonstraram que uma parcela significativa da PEA (17,4%) trabalha em atividades agrícolas o que retrata o atraso e parte da agricultura brasileira. Embora esse número tivesse diminuindo graças à modernização e à mecanização agrícola em algumas localidades , nas regiões mais pobres do país a agricultura foi praticada de forma tradicional e ocupava muita a mão de obra. O setor industrial brasileiro, incluindo a construção civil , absorve 22,6% da PEA, valor comparável ao de países desenvolvidos. A partir da abertura econômica que se iniciou na década de 1990 houve grande modernização do parque industrial brasileiro e algumas empresas dos setores petroquímicos , extrativo mineral, siderúrgico , máquinas e equipamentos , construção civil , aeronáutico , entre outros , ganharam projeção internacional. Hoje no Brasil, possui multinacionais como a Petrobrás , a Vale , a Gerdau , a WEG , a Odebrecht e a Embraer, atuando respectivamente nesses setores. Já as atividades terciárias apresentam mais problemas , por englobar os maiores níveis de subemprego. No Brasil , 59,7% da PEA exerce atividades terciárias. No entanto, na maioria das vezes , essas pessoas estão apenas em busca de sobrevivência, de complementação da renda familiar , ou tentando "driblar" o desemprego em atividades informais , como a de camelô, guardador de veículos nas ruas ou vendedor ambulante , entre outros. Mesmo no setor formal de serviços (como escolas , hospitais , repartições públicas , transportes etc.), as condições de trabalho e nível de renda são muito contrastantes: Há instituições avançadas em termos tecnológicos e administrativos ao lado de outras bastante atrasadas. Por exemplo, ao compararmos o ensino oferecido nas escolas , seja pública ou privada , de qualquer nível , percebemos grandes diferenças em termos de qualidade. Quanto à composição da PEA por gênero , nota-se certa desproporção em 2008: 42,4% dos trabalhadores eram do sexo feminino. Nos países desenvolvidos a participação é mais igualitária ,com índices próximos a 50%¨. O aumento da participação feminina na PEA ganhou grande impulso com os movimentos feministas das décadas de 1970 e 1980 , que passaram a reivindicar igualdade e gênero no mercado de trabalho, nas atividades políticas e demais esferas da vida social. Além disso , a perda de poder aquisitivo dos salários em geral fez com que as mulheres cada vez mais entrassem no mercado de trabalho para complementar a renda familiar. As mulheres, muitas vezes , sujeitam-se a salários menores que os dos homens, mesmo quando exercem função idêntica ,como o mesmo nível de qualificação e na mesma empresa. Embora ainda seja minoritária , isso tem feito com que parte dos empresários prefira a mão de obra feminina. Observe que o número de mulheres no mercado de trabalho é maior somente na faixa de até um salário mínimo e dos que não têm rendimento ; nas demais faixas os homens predominam. Quanto a distribuição de renda, o Brasil apresenta um dos piores índices do mundo. As tabelas já mostraram que a participação dos mais pobres na renda nacional é muito pequena e a dos mais ricos é muito expressiva. Esse mecanismo de concentração de renda, com resultados perversos para a maioria da população , foi construído principalmente no processo inflacionário de preços. Como vimos, os reajustes da inflação nunca foram totalmente repassados aos salários. Além disso, no sistema tributário brasileiro a carga de impostos indiretos (como ICMS, IPI e ISS) , que não distinguem faixa de renda, chega a 50% da arrecadação. Naquele período , sucessivos governos agravaram o processo de concentração de renda ao aplicar seus recursos em benefício de setores ou atividades privadas , em detrimento dos investimentos em educação , saúde , transporte coletivo , habitação , saneamento e outros serviços públicos. Entretanto, como podemos observar , embora a participação dos mais pobres na renda nacional ainda seja muito baixa , o índice vem apresentando lenta melhora, Com o Plano Real e os programas assistenciais, os mais pobres vêm lentamente aumentando sua participação na renda nacional.



Escolhendo o Sexo



Um grupo de espermatozoides humanos ao redor de um ovócito e apenas um deles penetrará no gameta feminino e realizará a fecundação. O sexo do bebê depende do cromossomo sexual que esse espermatozoide carrega , visto que o ovócito contém sempre o cromossomo X , e metade dos espermatozoides carrega o cromossomo X e a outra metade , o Y . Se o espermatozoide com o cromossomo X fecundar o ovócito, nascerá uma menina.  Se ele for fecundado  pelo espermatozoide que contém o cromossomo Y, nascerá um menino ( no entanto , como veremos aqui, o desenvolvimento de gônadas e a produção de hormônios podem ser afetados por alterações genéticas ou por fatores ambientais). O cromossomo X é maior e contém um pouco mais de DNA do que o Y . Com base nisso, foram desenvolvidas técnicas que permitem separar os dois tipos de espermatozoides. Essas técnicas possibilitam a seleção do sexo em sêmen de bois e cavalos , conseguindo-se uma quantidade de sêmen mais rica em um dos espermatozoides do que no outro. Com isso, chance de nascer um filhote do sexo desejado aumenta. Na espécie humana o sexo poderia ser escolhido por meio das técnicas de fertilização assistida , na qual os óvulos são retirados e fertilizados em laboratório.  Três dias depois , uma célula de cada embrião é retirada e examinada para se detectar a presença de algumas doenças genéticas. Nesse momento , o sexo do embrião pode ser identificado e se poderia escolher que embriões , masculinos ou femininos . Seriam implantados no útero. No entanto, no Brasil, o Conselho Federal de Medicina proíbe o uso das técnicas de reprodução assistida com essa finalidade. Ele determina que essas técnicas "não devem ser aplicadas com a intenção de selecionar o sexo ou qualquer outra característica biológica do futuro filho, exceto quando se trate de evitar doenças ligadas ao sexo do filho que venha a nascer". É preciso lembrar também que as técnicas de reprodução assistida são caras e nem sempre bem-sucedidas. E em relação a elas e ao exame de embriões entram em cena também questões éticas e valores culturais e religiosos. Na maioria das espécies , o principal fator determinante do sexo são os genes. Em geral, esses genes estão situados em cromossomos especiais, chamados cromossomos sexuais (os demais , não envolvidos na determinação do sexo, chama-se autossomos). Como esses cromossomos possuem também genes para outras características , a transmissão desses caracteres guarda alguma relação com o sexo do indivíduo.


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